Saturday, May 25, 2024

Recandidatura segundo mandato


set24



Ng Kuok Cheong critica Ho Iat Seng

O ex-deputado António Ng Kuok Cheong fez um balanço da governação de Ho Iat Seng, que deixa o cargo de Chefe do Executivo no final do ano, e criticou as políticas de habitação, por considerar que foram o maior falhanço dos últimos cinco anos.

Numa publicação nas redes sociais, Ng afirma ver como positivo o facto de terem sido recuperados vários terrenos concessionados que ficaram anos por construir. No entanto, criticou o Governo de Ho Iat Seng por ter promovido um novo sistema de habitação pública, que não está a funcionar como forma de ascensão social, ao contrário do que se pretendia.

Segundo a visão do fundador da Associação Novo Macau, como o Governo de Ho alterou as regras da habitação económica, não permitindo que sejam vendidas no mercado privado com lucro, os compradores deixaram de almejar mudarem-se para uma casa maior e melhor, com o lucro da venda. Para o ex-deputado, esta realidade fez com que a habitação económica tenha deixado de ser encarada como atractiva, porque perdeu a função de “elevador social”.

https://www.plataformamedia.com/2024/09/03/ng-kuok-cheong-critica-ho-iat-seng/

agot24 Saída de cena de Ho Iat Seng divide opiniões

FÃO DIZ QUE “FOI UMA GOVERNAÇÃO MUITO MORNA, MUITO APAGADA”

 

A notícia apanhou Jorge Fão de surpresa. O antigo deputado à Assembleia Legislativa (AL) e presidente da assembleia-geral da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) comenta que a surpresa do anúncio de Ho Iat Seng se deveu à “quebra da tradição”, já que esta é a primeira vez que um Chefe do Executivo da RAEM não se recandidata a um segundo mandato. Tanto Edmund Ho como Chui Sai On cumpriram dois mandatos seguidos como líderes do Governo da RAEM.

Na opinião de Fão, ao fim de cinco anos de governação, Ho não deixa obra feita. “Não houve nenhum projecto com assinatura dele. Tudo o que está concluído e feito não passa de projectos do passado”, diz, reforçando: “Não fez nada de mau, mas de bom também não vi nada”. “Foi uma governação muito morna, muito apagada”, refere. O ponto mais negativo dos últimos cinco anos, considera o antigo deputado, foi o facto de Ho nunca ter visitado nenhuma instituição macaense.

Sobre o nome de que se fala para suceder a Ho, Sam Hou Fai, Jorge Fão diz que, a confirmar-se, uma das vantagens seria o facto de dominar a área do Direito e de ter estudado em Portugal. “Só tem uma desvantagem: não ser natural de Macau”.

Sam Hou Fai é natural de Zhongshan, cidade da província de Guangdong e lidera o TUI desde 1999. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Pequim, frequentou os cursos de Direito e de Língua e Cultura Portuguesa na Universidade de Coimbra e o curso de Introdução ao Direito da Universidade de Macau.

 

ASPECTOS NEGATIVOS E ASPECTOS POSITIVOS EQUILIBRAM-SE, DIZ MANUEL SILVÉRIO

 

Manuel Silvério tem uma opinião semelhante à de Jorge Fão. O antigo presidente do Instituto do Desporto (ID) considera que, na governação de Ho, os pontos positivos e os pontos negativos estão equilibrados. No entanto, ao contrário de Fão, Silvério diz que foram bastantes as obras visíveis deixadas pelo Governo de Ho, dando os exemplos da quarta ponte Macau-Taipa, que deverá abrir ao trânsito em breve, do Metro Ligeiro e do Hospital das Ilhas. Por outro lado, há “outros projectos invisíveis” que “deixam dúvidas quanto à sua transparência ou razoabilidade”, diz, acrescentando que o líder do Governo ainda em funções “não soube ouvir a população, tomando por vezes decisões unilaterais”. Além disso, “não teve conselheiros à altura para os diversos desafios”.

Para Silvério, o anúncio de Ho não foi surpreendente. “Ele estava debilitado, a idade não perdoa; era mais ou menos esperado”. O inesperado foi a quebra da tradição de não cumprir os dois mandatos, como Edmund Ho e Chui Sai On. O antigo presidente do ID compara esta quebra da tradição com outra: “Quebrou essa tradição e Macau também quebrou este ano a tradição pelo facto de os residentes não terem podido assistir aos jogos do Euro2024 através da TDM”. “A TDM podia dizer que não queria despender oito milhões de patacas, mas podia pedir patrocínios à Fundação Macau ou às concessionárias, por exemplo. Oito milhões são ‘peanuts'”, comenta.

Sobre Sam Hou Fai, diz que o presidente do TUI é “mais macaense do que muitos macaenses”. “Ele foi formado na China e aperfeiçoado em Portugal. Conhece bem as duas línguas e conhece bem todos os dossiês”, refere, concluindo que Sam “reúne todas as condições” para assumir o cargo.

 

SONNY LO DESTACA CONTRIBUTO DE HO PARA A “ESTABILIDADE SOCIAL DE MACAU”

 

Questionado pelo PONTO FINAL sobre se a decisão de Ho Iat Seng poderia também ser justificada pela eventual perda de apoio por parte de Pequim, Sonny Lo diz que não: “Penso que se trata apenas de uma questão de saúde”. Recorde-se que o Chefe esteve de férias de 21 de Junho a 29 de Julho. Durante a ausência, o Governo emitiu um comunicado esclarecendo que Ho estava em bom estado de saúde após ter recebido os cuidados de diagnóstico e terapêutica necessários.

“Pequim apoia-o” e ele é “realmente respeitado pelos dirigentes de Pequim”, salienta o autor e professor de Ciência Política sediado em Hong Kong, que acompanha também os assuntos de Macau. Até porque, lembra, Ho reuniu-se recentemente com Shi Taifeng, membro do Politburo do comité central do Partido Comunista da China (PCC), vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e ministro do Departamento da Frente Unida do comité central do PCC, esteve em Macau entre sexta-feira e domingo da semana passada.

Na opinião de Sonny Lo, “a sua liderança foi boa e contribuiu para a estabilidade social de Macau durante a pandemia de Covid-19 e para a recuperação económica gradual após o fim da pandemia”. O politólogo conclui que esta será “uma eleição interessante”.

 

HO DEMONSTROU “GRANDE DEDICAÇÃO À CAUSA PÚBLICA”, DEFENDE SALES MARQUES

 

O economista José Luís Sales Marques começa por desejar uma “rápida e completa recuperação” ao Chefe do Executivo em funções. Instado a comentar o anúncio do Chefe, Sales Marques diz apenas que Ho “tem vindo a governar Macau durante o período mais difícil da RAEM, demonstrando grande dedicação à causa pública”.

 

RON LAM CRITICA “FALTA DE HUMILDADE” DE HO IAT SENG

 

O deputado Ron Lam considera que a não candidatura de Ho Iat Seng a um segundo mandato é “boa para todos os sectores” da região. Ron Lam assume que o líder do Governo geriu “muito bem” a questão da pandemia de Covid-19 durante o início do seu mandato. Contudo, “provavelmente devido ao período prolongado da epidemia ou devido ao seu carácter pessoal, muitas políticas não foram implementadas”. Por outro lado, “não teve a humildade para ouvir a opinião pública”. Além disso, “até agora, ainda não apresentou uma orientação convincente e clara para a economia nem para a Administração do Governo”, acrescenta.

O deputado, que pertence também à Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo, não se alonga sobre Sam Hou Fai e diz apenas que irá apoiar “quem quer que tenha a capacidade de concorrer às eleições”. “Irei votar com base no conteúdo das suas plataformas políticas e na sua capacidade de as implementar”, afirma, concluindo que “a concorrência é a única forma de trazer um verdadeiro progresso a Macau”.

 

HO IAT SENG É “EXEMPLO NEGATIVO”, DIZ COUTINHO

 

Mais crítico ainda é José Pereira Coutinho, começando por afirmar que é necessária uma “mudança de rumo no futuro da RAEM”. O deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) diz mesmo que Ho Iat Seng deixa “um exemplo negativo”.

Para Coutinho, “o próximo Chefe do Executivo deve ter uma postura mais aberta, mais conciliadora, mais ouvinte e deve também estar atento às questões mais importantes que afectam a RAEM”.

Não querendo comentar a eventual candidatura de Sam Hou Fai, o deputado diz que “gostaria de ter a oportunidade de ter contacto com os futuros candidatos”. Coutinho, que também faz parte da comissão de 400 elementos que vão poder escolher o próximo líder do Governo, conclui: “Faço votos para que Macau tenha um melhor Chefe do Executivo”.

https://pontofinal-macau.com/2024/08/23/saida-de-cena-de-ho-iat-seng-divide-opinioes/

ago24

Incumbent Chief Executive Ho Iat Seng has announced that he will not seek a second term in office, citing health concerns. The announcement also comes days after a closed-door meeting with a senior Communist Party of China (CPC) official.

Ho, 67, issued a statement on Wednesday (21 August) explaining his decision, which has left a sense of suspense over who will succeed him as the city’s leader for the next five years.

“As the term of office of the fifth chief executive of the Macao Special Administrative Region is coming to an end, I, Ho Iat Seng, hereby would like to sincerely thank the central government, all the sectors of Macao society and our residents for their full trust and steadfast support over the past five years,” Ho stated.

“Furthermore, I would like to thank all the civil servants for their close collaboration and coordination as well.”

Ho’s announcement broke with the long-standing tradition set by the city’s two previous leaders, Edmund Ho and Chui Sai On, who both served two full terms, as widely expected.

https://www.macaubusiness.com/city-leader-ho-iat-seng-declines-second-term-bid-over-health-concerns/

ag24

Chief Executive Ho Iat Seng attended the reception in commemoration of the 97th anniversary of the People’s Liberation Army on Thursday, delivering a speech in his first public appearance after a 39-day annual leave period, which ended on Monday.

Ho spoke highly of the role played by the PLA’s Macau Garrison as a symbol of state sovereignty and in upholding the principles of “one country, two systems” and “Macau governed by its people” with a high degree of autonomy. He commended the Garrison for “persisting in defending the sovereignty, security, and development interests of the country, and fully supporting the Macau SAR Government in its governance according to the law.”

https://www.macaubusiness.com/ce-makes-first-public-appearance-after-long-holiday-delivers-speech-at-pla-anniversary-reception/

jul24

O Chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, foi submetido a "uma pequena intervenção cirúrgica" e que se encontra "a recuperar bem"e prolongou novamente o seu período de férias, ficando agora a descansar até 29 de julho revelou o jornal Tribuna de Macau.

https://www.plataformamedia.com/2024/07/22/chefe-do-executivo-realizou-intervencao-cirurgica-mantem-intencao-de-recandidatura/

 jul24

Having extended his leave of absence for a third time, Chief Executive Ho Iat Seng is now expected to resume duties on 30 July – following 39 consecutive days out of the office – according to the latest update from the Government Information Bureau.

That statement, issued on Saturday in response to media enquiries, confirmed that Ho had undergone “routine medical check-up exams and received related medical treatment” during his time off. It also noted that the Chief Executive was currently “in good health.”

Ho’s lengthy period of leave had already been fuelling online speculation about whether or not he would run for a second five-year term in the upcoming Chief Executive (CE) election, which could take place in October. 

Ho has not publicly confirmed he will be on the ballot, though this is not unusual for Macao – where incumbent leaders tend to announce reelection plans less than two months out from election day.

https://macaonews.org/news/politics/macau-chief-executive-ho-iat-seng-leave-macao/


jul24

Crise em ano de eleições

2024-07-04 Paulo Rego*

Sejamos claros: o fim da crise só chegou aos casinos. Na vida real, está instalada a insatisfação; e já ninguém a cala. Basta ler os jornais chineses, e os inquéritos de opinião, para ver que ninguém quer saber do Produto Interno Bruto, da Reserva Estratégica, da receita dos casinos, ou dos negócios da plataforma… Nada disso tem a ver com o cidadão comum, que enfrenta a inflação, o aumento das rendas, o fecho das lojas a retalho, a escassez de emprego, a estagnação dos salários… O foco está na redistribuição per capita – na falta dela – e no fosso das desigualdades. Nos regimes em que o povo vota, estes cenários definem eleições – ditam a mudança. Não é o caso em Macau; mas, também aqui, este estado de alma em nada beneficia o atual Governo.

Sabe-se como isto funciona: as autoridades chinesas conversam com os membros do Colégio Eleitoral – por elas convidados – e explicam os motivos pelos quais devem apoiar o candidato que indicam. Não vou entrar por aí… é o que é. O dilema que Pequim hoje enfrenta está nos critérios da escolha; e nos sinais de um futuro melhor. Quem, verdadeiramente, apoia hoje este Governo? Talvez Pequim… em nome da estabilidade, e dos méritos que lhe reconheça. Mas nem isso é hoje claro. Os líderes tradicionais, os liberais, os homens de negócio, o cidadão comum, vivem em perceção de crise – e descrédito. Até os casinos, satisfeitos com a receita, atribuem-na aos vistos individuais decididos no Continente – e não à política local. Aliás, andam manifestamente irritados com o Governo da RAEM, que lhes impõe uma série de obrigações, não apenas financeiras, em setores que não lhes dizem respeito. O ambiente está muito tenso.
Nada disto é bom em ano de eleições; tudo isto anuncia um futuro mandato muito difícil. Macau vive uma crise real, que afeta a maioria da população. Na retração dos negócios, no nível de vida; na relação com o Palácio, na falta de expectativas… a angústia é generalizada. Não é por mudar o inquilino do Palácio que as coisas mudam. Esse raciocínio seria demasiado simplista e intelectualmente desonesto. Mas é preciso outra energia, outra visão, outra relação com os mais variados setores económicos, sociais, e políticos.

Pode a mesma equipa fazê-lo? Pode. Mas é um exercício mais difícil. Porque a mudança, muitas vezes, faz-se precisamente criando a expectativa de que tudo pode mudar. E é mais difícil convencer seja quem for de que tudo muda, ficando tudo na mesma. Os bancos andam a promover rondas negociais com potenciais investidores; querem fazer negócio, alavancar investimentos; seja aqui ou na Grande Baía. Mas ninguém quer. Mesmo quem tem dinheiro de sobra, e nada tem a ver com os problemas do cidadão comum; sinaliza a crise de confiança, económica e política – sempre ligadas. Ou seja, aguardam por melhores dias, por cenários credíveis; dizem que sim ao investimento na Grande Baía; porque é um erro político dizer que não; mas arrastam decisões que, no fundo, não querem tomar. Não está mesmo nada fácil.

Pequim tem aqui um problema sério. A decisão, sensível, que tomar este ano, não cairá em cima do Palácio da Praia Grande; será assacada a quem manda. O que é natural – e justo. É verdade que a crise não está só em Macau; é nacional, se não for mesmo global. Mas a população não quer saber disso; quer ver o problema resolvido; quer pelo menos sinais de que há mais vida para além desta. Não é nada tranquilo o cenário para quem decide; e é tudo menos dourada a cadeira de quem quer ficar a resolver isto.

https://www.plataformamedia.com/2024/07/04/crise-em-ano-de-eleicoes/~


may24 Paulo Rego

É cada vez mais forte a sensação de que este processo é bem mais complexo do que esperariam os apoiantes mais próximos de Ho Iat Seng, que tem méritos como o do combate ao Covid, a recuperação económica dos casinos, ou o patriotismo sem limites. Mas também se sabe que Pequim foi ouvindo relatos sobre o divórcio entre Palácio e sociedade civil; descrédito na diversificação económica; e grande fragilidade na plataforma lusófona e internacionalização de Macau.

Quanto mais tarde se desfizer o tabu, mais forte é a esperança de todos aqueles que se acham capazes de fazer melhor. Esse burburinho nos bastidores, claramente, não parou. Porque Pequim ainda não quis pôr-lhe fim.

https://www.plataformamedia.com/2024/05/25/xia-prolonga-tabu/


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