Raimundo do Rosário revelou que está a ser estudada uma “ilha ecológica” com 2,5 km², para aterro de resíduos e tratamento de cinzas volantes

 

O Governo iniciou um “estudo preliminar” sobre uma “ilha ecológica” com 2,5 quilómetros quadrados, para ser usada “gradualmente” como aterro de resíduos e para o tratamento de cinzas volantes, adiantou o Secretário para os Transportes e Obras Públicas.

Segundo Raimundo do Rosário, actualmente são produzidos, por dia, 80 metros quadrados de cinzas volantes na RAEM. Estes elementos são tratados em duas formas, nomeadamente embalados por metro quadrado, com os pacotes a serem enterrados ou colocados um em cima do outro. Na primeira opção, os lotes não podem voltar a ser usados.

Sobre a neutralidade de carbono, o Secretário referiu que só tem orientações e um planeamento seguindo políticas do país, não existindo indicadores quantitativos neste âmbito. Raymond Tam, director dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), observou que o volume das emissões directas e indirectas de poluentes em Macau atinge níveis médios e baixos face a outros países e regiões.

Em 2023, o Governo estará “empenhado em reduzir a circulação de veículos antigos e promover o uso de viaturas eléctricas, controlando a taxa de crescimento anual de veículos motorizados dentro dos 3%. Além disso, para corresponderem às tendências regionais e internacionais, continuaremos a reforçar as restrições sobre o uso dos utensílios de plástico”, enfatizou o Secretário.

Segundo frisou, tendo em conta que existem apenas 3.300 carros eléctricos, o número actual dos pontos de carregamento é suficiente. Até agora, foi concluída a adição de 1.000 pontos de carregamento em auto-silos públicos, e até final deste ano, serão acrescentados até 2.000.

Alertando que um ponto de carregamento rápido implica um gasto de electricidade equivalente a 50 máquinas de ar condicionado, o Secretário sublinhou que não encoraja este tipo de sistema, notando que nos auto-silos públicos todos os pontos de carregamento são “os lentos”, tal como na Zona A no futuro. Quanto à expansão dos equipamentos do género em edifícios privados, acentuou que a questão exige o consentimento dos proprietários dos prédios e qualquer mudança implicará o Código Civil.

Já a substituição de motociclos pelos eléctricos atraiu mais de mil solicitações, das quais 900 foram aprovadas. Se houver procura, o Governo poderá prolongar este incentivo.

Raimundo do Rosário salientou ainda “não ter ganância de fazer mais planos”, além da criação de duas estações de água semi-tratada, uma destinada aos moradores de Seac Pai Van e a outra na Ilha Artificial.

No que se toca ao ruído, o director da DSPA garantiu que funciona uma linha telefónica de 24 horas e, se for necessário, o pessoal “sairá” para tratar dos casos. Porém, destacou o problema de muitos queixosos estarem pouco disponíveis para medir o ruído.

 

R.C.